terça-feira, fevereiro 19, 2013

Observação: «Brava» bojarda

Neste último Natal receberam-se como prendas em minha casa, e entre outras, vários discos – de música, de jogos, de filmes. Entre estes «Brave», o mais recente filme dos estúdios Pixar, que em Portugal recebeu o título «Indomável» (sim, há traduções piores…), e que é comercializado pela Zon Lusomundo Audiovisuais. Observando a caixa, li a síntese, a ficha técnica, e a seguinte… ressalva: «Dados corretos salvo erro tipográfico».
Quero acreditar que, um dia, se irá investigar, descobrir e explicar por que motivo neste país tantos indivíduos e tantas instituições, quer públicas quer privadas, se prestaram – sem o deverem, sem serem forçadas, sem terem qualquer verdadeira obrigação disso – a fazer figuras ridículas, a passarem por idiotas, a tornarem-se autênticas anedotas. Talvez então se possa rir (ainda mais, e descansadamente) da aberração que é, foi, o «ac(b)ord(t)o (porn)ortográfico».
(Adenda - Hoje, 21 de Fevereiro, celebra-se o Dia Internacional da Língua Materna. Uma data ainda melhor do que as outras para todos os que ainda não subscreveram, divulgam e apoiam a Iniciativa Legislativa de Cidadãos Contra o Acordo Ortográfico... o fazerem.)
(Segunda adenda - «Escoçês» é errado e esquisito? Sim. Mas não é mais errado e esquisito, e ridículo, que, por exemplo, «espetáculo», «perspetiva», «receção» e «suntuoso».)
(Terceira adenda – Quando se recorre à força e à imposição burocráticas e totalitárias, é óbvio que os «processos» (kafkianos) «avançam» e «correm» sem «problemas», que qualquer absurdo é aplicável. Há para aí quem seria um «excelente» «comissário cultural» de Stalin e de Mao…

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