quinta-feira, outubro 24, 2013

Observação: Ele que vá para Guantánamo!

O «Grande Só-Cretino» voltou à primeira linha da actualidade portuguesa devido ao lançamento de um livro seu e à entrevista que deu ao jornal Expresso para o promover… e para promover-se. Mas será que teve mesmo sucesso? Que alcançou o objectivo a que se propunha?
Provando, mais uma vez, e como se isso fosse necessário, que não mudou, que não aprendeu com os erros (ou pior do que isso) que cometeu, que não se arrepende do que fez, que não se responsabiliza pelo estado degradante – aos níveis financeiro, social, cultural, moral – a que conduziu Portugal, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa não se conteve, não se controlou, e, além de mandar as culpas para os outros, ainda teve o desplante de insultar opositores políticos internos e um (ex-) ministro estrangeiro! Ou seja, voltou a demonstrar que tem muito em comum com… alguém do outro lado do Atlântico. O «menino de ouro» devia estar a ver-se ao espelho: dificilmente haverá um «bandalho» e um «pulha» maior do que ele, dificilmente haverá um «estupor» e um «filho da mãe» maior do que ele.  
Mário Soares, em mais uma das suas várias e recentes demonstrações de estupidez senil, ou de senilidade estúpida, afirmou que o actual governo tem «delinquentes». Porém, e ironicamente, o maior «delinquente governativo» dos últimos 25 anos (pelo menos) em Portugal esteve ao seu lado ontem no Museu da Electricidade, embora devesse estar a ser julgado em tribunal; e, ainda mais ironicamente, também teve ao seu lado aquele que, se não é o maior «delinquente governativo» do Brasil, pelo menos rodeou-se de vários. Como é «enternecedora» a fraternidade socialista luso-brasileira, ou europeia-sul-americana! Para a confraternização ser completa só faltou desenterrar o cadáver do camarada Hugo Chávez e despachá-lo de Caracas para Lisboa!
No entanto, tão ou mais ridícula do que a «assembleia» de 23 de Outubro último é o livro que lhe esteve na origem, que lhe serviu de pretexto. Só faltava que o «maçador de Vilar de Maçada» viesse armar-se em especialista! E de quê? De «tortura em democracia», tema e subtítulo do seu livro «A Confiança no Mundo», que resulta da sua tese de mestrado (terá sido enviada por fax a um domingo?) que realizou no Instituto de Estudos Políticos de Paris (não deixo ligação porque, primeiro, o grupo editorial Babel não actualiza o seu sítio há dois anos, e, segundo, porque tenho limites na divulgação de lixo). Tentativa óbvia, e patética, de «compensação» pelos alegados «voos da CIA por Portugal» que não conheceu ou não impediu enquanto era primeiro-ministro, a suposta «tortura» a que este desperdício de papel obviamente se refere principalmente é a técnica designada como «waterboarding», instituída, ou autorizada, pela administração de George W. Bush na sequência da «guerra ao terrorismo» iniciada há 12 anos.
Recordemos mais uma vez para o «Grande Só-Cretino» em particular, e para todos os portugueses em geral: se o «waterboarding» é (foi) «tortura», o que não é consensual, só foi aplicada, e muito bem, a três-terroristas-três, todos eles com culpas pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 e/ou por outros ataques. Nenhum morreu na sequência daquela alegada «tortura». Pelo contrário, dos muitos ataques com drones ordenados por Barack Obama – com quem, volto a lembrá-lo, o «Zézinho» tem muitas semelhanças de atitude e de comportamento – resultaram muitas dezenas, ou centenas, de vítimas inocentes, de «danos colaterais», assim contribuindo – Malala Yousafzai admitiu-o e afirmou-o ao próprio Sr. Hussein, na Casa Branca! – para o recrutamento de mais terroristas; a Aministia Internacional publicou um relatório sobre o assunto, em que acusa a actual administração de crimes de guerra! Não seria bem mais interessante um livro sobre este tema? Ou sobre a vigilância que, suspeita-se, a NSA tem estado a fazer das comunicações de Angela Merkel e também – o que é pior, pois são «camaradas» - das de François Hollande e de Dilma Rousseff? Ou sobre as escutas, pressões, ameaças e acusações dos democratas a jornalistas, da Associated Press e da Fox News, e também – soube-se esta semana – da CNN? Nesta área, e pela experiência que acumulou contra, nomeadamente, o Público e a TVI, José «Trocas-te» é um autêntico especialista.     
Todavia, onde sem dúvida o seu próximo projecto académico deveria ser baseado e melhor aproveitado é em Guantánamo. Ele que vá para a base militar/prisão norte-americana em Cuba, em solidariedade com as «vítimas» de «tortura»! Que proceda a uma observação participante – nas celas, nos balneários, no refeitório – com os «pacíficos» muçulmanos lá «hospedados», que, «coitados», dispõem provavelmente de mais comodidades, luxos e prerrogativas do que muitos de nós! Mas atenção: se daí resultar uma tese de doutoramento, ele que não a escreva em «inglês técnico»!
Voltando ao título do livro: «confiança» é o que este traste não merecia, e não merece; «tortura» é o que ele nos deixou, neste país, e todos os dias. (Também no Obamatório.)

segunda-feira, outubro 14, 2013

Outros: Os vídeos do congresso

Estão já disponíveis no YouTube, num canal próprio do Movimento Internacional Lusófono, (quase) todos os vídeos com as gravações das sessões do congresso «Luís António Verney e a Cultura Luso-Brasileira do seu Tempo», que decorreu nos passados dias 16, 17 e 18 de Setembro na Biblioteca Nacional, em Lisboa – uma iniciativa de que fui proponente e co-organizador, e que constituiu até agora o momento mais marcante das comemorações do «Ano Verney», ou seja, deste ano de 2013, em que se assinala o tricentenário do nascimento do autor de «Verdadeiro Método de Estudar». Pela minha parte, participei: como moderador, na sessão «Música e Artes Plásticas» (a primeira do terceiro dia) com Alexandra Câmara, Duarte Ivo Cruz e Helena Murteira; e, como orador, na sessão de encerramento.

sábado, outubro 05, 2013

Observação: Acreditar na república?!

Hoje, 5 de Outubro, é a primeira vez desde há muitos anos que não é dia feriado. Porém, e insolitamente, isso não significou que os mais altos dirigentes políticos portugueses deixassem de participar na (habitual) cerimónia oficial na Câmara Municipal de Lisboa
… Que decorreu não cá fora, na Praça do Município, mas lá dentro, no salão nobre dos Paços do Concelho, não devido à instabilidade climatérica mas sim ao receio de serem ouvidas (novas) vaias, que o «Movimento Que se Lixe a Troika» se encarregou de providenciar – imbecis que ainda não perceberam que, se não fosse a «Troika», quem se lixava, e com «F grande», éramos todos nós. A palhaçada fora de portas esteve em consonância com a palhaçada dentro de portas: o presidente da (falida, e não só financeiramente) república lá esteve para proferir rotineiros discursos com o recentemente – e infelizmente – reeleito presidente da câmara, que bem podia ter convidado o «mais alto magistrado da nação» e demais convidados para o seu gabinete no Intendente, alugado em 2011 por dez anos a uma renda de quase seis mil euros por mês…
Dado que diversas «altas individualidades» marcaram presença para celebrar a (implantação da) república, podemos esperar que elas façam o mesmo a 1 de Dezembro para celebrar a (restauração da) independência, cujas festividades têm sido organizadas – há décadas – pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal? Considerando que nunca apareceram em anos anteriores, tal hipótese é altamente improvável. O que demonstra que as principais figuras deste regime, e não só, dão mais importância a serem republicanos do que a serem independentes. Em Agosto último, num dos seus artigos no Público, Vasco Pulido Valente escreveu que «ninguém hoje acredita na República, no comunismo ou na ditadura. De resto, o Exército, profissionalizado e pacífico, não é capaz de um verdadeiro "golpe" e menos de tomar conta dos sarilhos correntes.» Não é bem assim: Aníbal Cavaco Silva, Assunção Esteves, Pedro Passos Coelho, António Costa, António José Seguro, e outros, se não acreditam verdadeiramente na república, pelo menos acreditam… que têm que (continuar a) fingir que acreditam. Que mais lhes resta? Muito pouco ou nada. Ao menos este ano não puseram o porco pano verde e vermelho – símbolo de terroristas imposto como bandeira nacional – ao contrário. Já é um «progresso»…
… E, ao contrário do que afirma o conhecido articulista, as forças armadas – e, acrescento eu, as forças policiais e a magistratura – são capazes de fazer um «verdadeiro golpe» e de «tomar conta dos sarilhos correntes». Desrespeitadas como têm sido pelo poder vigente, também não lhes faltaria legitimidade para estabelecer alguma disciplina neste «sítio muito mal frequentado». (Também no Esquinas (176) e no MILhafre (75).)

terça-feira, outubro 01, 2013

Orientação: Simetria Sonora 2013

Este é mais um Dia Mundial da Música, o que significa também uma nova edição do projecto Simetria Sonora. E, tal como nos anos anteriores, a esta grande lista foram adicionados 50 discos de «música de ficção científica e de fantástico»: são agora 400…
… Que incluem obras de Alan Parsons, Beatles, Black Sabbath, David Bowie, Electric Light Orchestra, Genesis, Iron Maiden, José Cid, King Crimson, Kraftwerk, Marilyn Manson, Metallica, Moonspell, Pink Floyd, Prince, Queen, Radiohead, Rolling Stones, Stranglers, e muitos outros!
No sítio da Simetria pode-se igualmente ler vários outros textos da minha autoria, dos quais os mais recentes, para além deste que agora se anuncia, são «Austen e austeridade» e «Um “mordomo” em Monserrate».